Folclore Brasileiro – Saci Pererê

A Lenda do Saci Pererê

O Saci Pererê é uma figura representada como um pequeno tapuio (nome usado antigamente pelos índios tupis para designar os inimigos), de uma perna só, com um barrete vermelho e com uma ferida no joelho. Também conhecido com os nomes de Matin Taperê e Saci-Sererê, ou simplesmente Saci, a personagem entrou na literatura infantil, nas histórias em quadrinhos e nas charges. Sobressaiu-se nos textos de Monteiro Lobato, mas tornou-se mais conhecido quando a novela Sítio do Pica-pau Amarelo, da extinta Rede Tupi exibida de 3 de junho de 1952 a 1962, tornou mais “real e visível” a personagem folclórica até então, apenas figura lúdica do imaginário.

Como Surgiu A Lenda do Saci

No fim do século XVIII, durante a escravidão, as amas-secas e os caboclos-velhos assustavam as crianças com os relatos das travessuras do negrinho de uma perna só. Seu nome no Brasil é de origem Tupi Guarani. Em certas regiões do Brasil, o Saci é brincalhão, em outras é visto como um ser maligno.
É uma criança de uma perna só que fuma um cachimbo. Uma carapuça vermelha lhe dá poderes mágicos, como o de desaparecer e aparecer onde quiser. Existem 3 tipos de Sacis: O Pererê, que é pretinho, O Trique, moreno e brincalhão e o Saçurá, que tem olhos vermelhos.
Ele também se transforma numa ave chamada Mati-taperê, ou Sem-fim, ou Peitica como é conhecida no Nordeste, cujo canto melancólico, ecoa em todas as direções, não permitindo sua localização.
A superstição popular faz dessa ave uma espécie de demônio, que pratica malefícios pelas estradas, enganando os viajantes com os timbres dispersos do seu canto, e fazendo-os perder o rumo.

As Travessuras do Saci

O moleque Saci adora fazer travessuras, como esconder brinquedos, soltar animais dos currais, derramar sal nas cozinhas, fazer tranças nas crinas dos cavalos…E como e onde encontrar um Saci? Diz a crença popular que dentro de todo redemoinho de vento existe um Saci. Dizem que ele não atravessa córregos nem riachos, que, se alguém jogar um rosário de mato bento ou uma peneira dentro do redemoinho pode capturá-lo, e caso consiga “roubar” a sua carapuça, pode realizar um desejo.

E Se o Saci Nos Perseguir?

Reza a lenda que alguém perseguido pelo Saci, deve jogar em seu caminho cordas ou barbantes com nós. Ele então irá parar para desatá-los, e só depois continua a perseguição, o que dá tempo para que a pessoa fuja. Aqui, percebe-se a influência da lenda da Bruxa Europeia, que é obrigada a contar os fios de um feixe de fibras, antes de entrar nas casas.
Do Amazonas ao Rio Grande do sul, o mito sofre variações. No Rio Grande ele é um menino de uma perna só, que adora atormentar os viajantes noturnos, fazendo-os perder o caminho. Em São Paulo é um negrinho que usa um boné vermelho e frequenta os brejos, assustando os cavaleiros. Se o reconhece o chama pelo nome, e então foge dando uma espetacular gargalhada.

Monteiro Lobato tornou mais conhecido o Saci através das histórias encontradas nos livros do Sítio do Pica-pau Amarelo.

“O Saci de Monteiro Lobato tem a força de um arquétipo racial e é o símbolo do Brasil mestiço e do sangrento período da escravidão”.

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